terça-feira, 26 de abril de 2011

Tam mala res nulla, quin sit quod prosit in illa.

Não há mal sem bem.

Faz 3 anos.
Quanto tempo... Quanta saudade.
Dizem que saudade é a palavra mais bonita do nosso idioma.
Pode até ser... Mas dói.

As pessoas se vão.
Umas por opção, outras não...
Fico feliz de você não ter ido por opção, mas sim, porque era boa demais para ficar nesse mundão.
Sinto sua falta vó.

Há exatamente 3 anos atrás, eu estaria com a senhora agora.
Estaria sentindo seu cheirinho, misturado com o cigarrinho que não largava por nada!
... ... ...
E eu nem ligava.
Era isso o que fazia de você, simplesmente você.

Há 3 anos, eu estaria ouvindo sua voz rouca.
Estaria olhando seus olhos cor de mel, enquanto a senhora sorria para mim, docemente.
Eu estaria te chamando de vovózinha só para te ver gargalhar para mim.
Eu estaria te abraçando apertado, para a senhora não ir embora.

Se eu soubesse...
Ah, se eu pudesse!
















Eu queria saber o que a senhora me falaria agora.
Não é justo.
Tão nova, não viu tanta coisa...
Ou viu?

A senhora sorriu quando eu tirei minha carteira de motorista?
A senhora se sentiu orgulhosa quando eu passei na faculdade?
A senhora vibrou com minhas conquistas?
A senhora chorou quando eu chorei vovó?
A senhora me protegeu, de todas as formas possíveis?

Acredito que sim...
Espero que sim.
Simplesmente sim.

Faz 3 anos.
Eu não me esqueço do quanto eu te amava.
E meu amor, não diminuiu.
Faz exatamente 3 anos, e eu odeio essa data.

Odeio e amo.
Foi da melhor forma que poderia ser, para a melhor pessoa!
Não há mal sem bem, certo?
O mal, é que a senhora se foi...
O bem, é que se foi, apenas fisicamente.
Te tenho aqui comigo, sempre agora.

Eu te amo vovózinha.
Muita saudade.
Cuida de mim?


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Alea iacta est.

A sorte está lançada.

Marina 3 x 4.
Vocês perguntam, eu respondo.
(Parte II)


è No que você gostaria de pôr um fim?
Gostaria de pôr um fim em várias coisas...
Em uma mágoa que carrego dentro de mim;
Na saudade que tenho de uma pessoa que não poderei nunca mais abraçar;
Em algumas falsidades que vejo por aí;
No teatro que algumas pessoas fazem;
Nas injustiças que percebo...
Enfim, dar um fim a tudo que não faz bem.


èQual é o seu comportamento diante de um boato sobre sua pessoa?
Bom, por causa da minha vivência, me acostumei a não dar a mínima para o que dizem por aí.
Não tive conhecimento de nenhum boato que me prejudicasse de alguma forma, e se tivesse, não sei como agiria.
Provavelmente tentaria mostrar às pessoas que me importam e que se importam comigo, que tudo não passa de boato. Mas, provavelmente essas pessoas já saberiam, por me conhecerem.
De resto, não ligaria.
Boato é boato e eu sei bem de mim.


è O que pode te deixar infeliz?
Tudo o que é ruim me deixa infeliz.
Ver as pessoas que eu gosto mal, ver mentiras, traição, pessoas agirem com maldade.
Raiva, falta de educação, pessoas frias e vazias.
Vingança, baixaria, agressão.
Cinismo, fofocas, metideza.
Tudo o que não traz dignidade, que é fútil e que faz com que eu me esqueça de como a vida é bonita.

è Desprezando quaisquer possibilidades no futuro, quais seus projetos, tanto na área profissional quanto na vida amorosa?
É difícil pensar em algo que não tenha futuro. Pensar só no HOJE, só no momento.
Mas, enfim... Hoje eu espero me aprofundar na minha área de estudo.
Desejo poder englobar o máximo de atividades que eu puder, pois me sinto muito bem ao ver meu currículo.
Gosto de saber que pude estar presente em debates, palestras, mostras e oficinas sobre assuntos diversos.
Enfim, hoje espero ser a melhor no que eu faço, por puro prazer.
Na vida amorosa, hoje eu não espero nada, de ninguém.
Espero apenas me curtir, me dar bastante valor, me sentir bem e dar uma chance para que outras pessoas também me façam bem.
No momento eu só quero ter, ao meu lado, pessoas que gostem de mim de verdade, me queiram bem e me respeitem.


è O que vale mais pra você: A aparência ou o que a pessoa é por dentro?
Essa resposta é meio manjada, mas é verdade.
É claro que, em alguns casos, beleza conta muito, mas...
Beleza não põe a mesa, certo?
Se o que queremos é curtição, o que vale mais é a aparência. Vide balada, barzinho etc.
Entretanto, se queremos algo a mais, o que a pessoa é vale muito mais.
É conhecendo o interior que enxergamos uma pessoa mais ou menos bonita.


è No âmbito familiar, existem muitos conflitos. Por outro lado, servem sempre como um tipo de porto seguro. Qual o momento em que precisaste mais da tua família e por quê?
Nossa, penso e penso, mas não lembro de algum momento específico.
Eu sempre guardei meus sentimentos para mim.
Claro que preciso mais de minha família nos momentos em que estou mal, e por baixo.
E sempre tive muito apoio e amor. Mas, principalmente respeito.
Sou o que sou, em boa parte, por causa deles, então eles confiam em mim e em minhas decisões.


è Conceitualmente, o que seria um amigo para ti? E quantos deles consegues enumerar?
Acho que um amigo é uma parte de nossa alma.
Eu sempre disse que acreditava que nossa alma era dividida em diversas partes, e que nossa missão nesse mundão era encontrar cada partezinha perdida dela.
Então eu acredito que amigos são pessoas que fazem com que eu me sinta bem.
Que não aceitem tudo, toda hora... Porque amigos não precisam concordar sempre, e dizer 'sim' sempre... Amigos devem ter a liberdade de nos contrariar.
Amigos devem apenas nos respeitar.
Amigos aceitam a verdade. Amigos não se magoam. Não são maldosos.
Amigos não mentem. Amigos são por nós, o que somos por eles.
Amigos são pessoas que nos dão liberdade para que sejamos nós mesmos.
Eu não fico enumerando quem considero amigo ou não. Sei que existem pessoas com as quais posso contar, mesmo que não estejam sempre comigo.
Sei que existem pessoas que me amam e que não desejam meu mal.
E sei que sou mais amiga de muita gente por aí, do que eles são de mim, assim como existem pessoas que são bem mais amigas minhas, do que eu delas.
Por mais que a reciprocidade não seja sempre equivalente, sei que existe uma relação de amizade.


è Você gosta de literatura?
Sim, gosto.
Sempre tive muito contato com literatura.
Amo criar e recriar textos. Compor e estudar escritos.
Amo os sentidos da língua. Amo livros.
Tudo o que é relacionado à expressão de ideias, sentimentos, entre outros, me atrai muito.


è Algo te inspira a escrever?
Sim.
Meus sentimentos, emoções e vontades me inspiram no momento.
Músicas, filmes e livros.
Frases, pensamentos e autores.
Todo o momento e todas as coisas relacionadas a ele, me inspiram.


è Qual teu autor preferido?
Sinceramente não sou fã de nenhum autor em particular.
Entretanto, tenho uma enorme admiração pelos autores filosóficos, como Platão, Sócrates, Aristóteles, Nietzsche, Descartes, Hegel, Rousseau...
Apesar de tê-los estudado há algum tempo, e ter esquecido e me confundido com várias de suas ideias, admiro a forma como eles conseguiam transmitir, através das palavras, o que sentiam e pensavam no momento.


è  O que você acha de amor platônico?
Acho que foge um pouco da regra de amor de Platão.
Se o amor, para Platão, se baseava nas virtudes, hoje essa concepção é bem deturpada.
Hoje rola de tudo.
Mentira, traição, individualismo, interesse, loucura... Se é que posso definir loucura.
Enfim.
Platônico, hoje, pode parecer meio doentio.
Acredito que algo que faça bem, seja mais saudável.
Platônico não faz bem.


è Você acha que é possível amar mais um amigo que um parente?
Claro.
Acho que amamos uma pessoa.
Amamos a essência, o coração, a ideia, os sentimentos, os pensamentos.
Amamos uma pessoa pelo o que ela é.
Não por ser da família, da roda de amigos etc.
Amamos pela sintonia, pela vibração.

Como diz minha banda favorita:
"Familia é quem você escolhe pra viver.
É quem você escolhe pra você.
Não precisa ter conta sanguínea.
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia"
(O Rappa)


è Qual o significado de amizade para você?
Muitas perguntas sobre amizade... Que gostoso!
Mas já descrevi o que penso sobre amizade.
Claro que não é tudo.
Eu penso em muito mais... Em amizade de verdade.
Acredito que seja algo essencial.
Felicidade é mesmo o amor, e é impossível ser feliz sozinho... Certo?
Amizade é uma forma de amor.
É amor, é respeito, é companheirismo e cumplicidade.


Bom, por hoje é só.
Obrigada pessoal, e espero que gostem.
Um beijo.



terça-feira, 19 de abril de 2011

Re opitulandum, non verbis.

Obras são amores, e não palavras doces.

Nós chegamos juntos do barzinho.
Sexta-feira era festa garantida com a nossa turma.
Eram os amigos mais gostosos que alguém poderia ter.
Eu os tinha.
E assim, minha rede social ia se completando.


Cada um com sua personalidade marcante.
Uma mais quieta, discreta, sensível...
Outro mais cômico, falante, elétrico...
Uma outra mais séria, amorosa, intelectual...
E assim, íamos nos completando.

Eu era mais eu.
Uma metamorfose ambulante, com a mesma essência sempre.
Eu era quieta, mas ao mesmo tempo, tinha energia demais.
Eu era explosiva, mas ao mesmo tempo, equilibrada demais.
Eu era mulher, mas ao mesmo tempo, menina demais.
E assim, eu ia me completando.

Ele me deixou em casa.
Algo estava no ar desde o barzinho.
Eu sentia um clima.
Ele me olhava, me desejava, sorria diferente para mim.
E assim, meu coração ia se completando.

Nós entramos e conversamos um pouco.
Ele veio para se despedir de mim com aquele abraço delicioso.
Eu poderia parar o tempo naquela hora.
E quando percebi, estávamos nos beijando.
E assim, minha respiração ia se completando... E faltando.

Estávamos fervendo.
Ele tirou a camisa, colocando minha mão em seu corpo.
Eu continuei.
E quando percebi, estávamos deitados, um sobre o outro.
E assim, meu nervosismo ia se completando.

O momento era nosso.
Ele sorria para mim, e eu retribuia toda vez que via como ele me olhava.
Foi amor, foi fogo, foi paixão, vontade e carinho.
Foi respeito, mágica, alegria e tremor.
Foi ele. Fui eu. Fomos nós. Fomos um.
E assim, minha vida ia se completando.


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Oculi sunt in amore duces.

Olhos que vêem, coração que deseja.

Eu estava sufocada havia muito tempo.
Eu existia... Estudava, sorria, trabalhava, andava por aí...
Eu comia, dormia bem, brincava, fazia de tudo...
Eu apenas não vivia.

Era como se um nó subisse quente e, ao mesmo tempo, gelado por meu peito, e parasse em minha garganta, abafando minha respiração, minha voz e abafando a mim mesma.

O mais engraçado é que eu me pegava fantasiando.
Eu viajava enquanto pensava nas pessoas que queria em minha vida.
Eu via filmes e, quando o final era feliz, ou quando a protagonista era adolescente como eu, eu fingia que era comigo, e torcia para que coisas boas acontecessem comigo.
Era muita insanidade isso? Ou pura lucidez?

Há quem diga que muita lucidez cega.
E isso é pura verdade, diga-se de passagem.
Eu prefiro viver em um mundo de fantasias, do que em mundo que não acredita em sonhos.
E a realidade realmente dói.
É muito mais gostoso quando vivemos no nosso mundinho, sem abrir portas para que ninguém possa nos magoar.

Como se alguém tivesse o direito de fazer isso, certo?
Hunf.
Na verdade, eu ouvi hoje em filme uma frase que dizia que metade do que construímos na nossa vida, ou mais da metade, só tem sentido quando compartilhadas com alguém que realmente nos ame.
Realmente... Eu não espero ser tudo para todos... Mas espero, do fundo do meu coração, ser algo para alguém.
E algo bom, muito bom, essencial... De preferência.

Até porque, se felicidade é mesmo o amor e é impossível ser feliz sozinho, por que eu tenho a estranha sensação de que sinto muito mais pelos outros, qualquer sentimento que for, do que os outros por mim?
Ser muito intensa deve ser ruim.
Ser muito qualquer coisa é ruim... Excesso, certo?
Nada em excesso faz bem...

Exatamente por isso, resolvi me trancar novamente em meu mundo.
Primeiro porque foi neste lugar que tive e vivi minhas melhores experiências... Meus melhores momentos.
Segundo, porque lá eu sou mais eu, mais mulher, mais criança, mais louca, mais lúcida, mais equilibrada, mais racional, mais emotiva, mais sensitiva, mais Marina. E lá ninguém pode me magoar, ou pior, me decepcionar.
E por último, porque foi lá que eu aprendi que devo dar mais valor a pequenas coisas.

Saindo de lá, vim parar nesse lugar tão... Pobre (?!) e me esqueci de algumas coisas.
Esqueci que devo dar mais valor a quem me cumprimenta por vontade própria, a quem me lança um sorriso, a quem me dá um abraço, ou resolve compartilhar algo comigo, do que dar valor a quem um dia, em algum momento da vida, teve a oportunidade de me ferir, e escolheu por fazê-lo.

Quero mover minha vida como eu fazia...
No meu mundo, com meus princípios, com o que e quem me faça bem e, principalmente, sem nó nenhum na garganta, ou sufocando.
Porque foi quando eu senti meu coração sendo dilacerado dentro do meu próprio peito, que percebi que poderia estar morta, mesmo estando viva.
E foi aí que percebi que ninguém, no mundo inteiro, tem o direito de fazer eu me sentir assim.

E fico feliz por estar, ao menos, tentando.
Sei que vou conseguir. Eu mereço.
Vou ser grande como o mar... Marina.