Eu peguei meu carro e dirigi até a chopperia mais distante que conhecia.
A chuva batia no parabrisa deixando a noite ainda mais escura.
Assim que estacionei, cruzei os braços para me proteger do frio que fazia.
Entrei na chopperia e me sentei sozinha em uma mesa de dois lugares, pendurando minha bolsa na cadeira e arrumando meu sobretudo para que eu ficasse ainda mais quente.
O garçom veio e me perguntou se eu iria querer o chopp especial da casa.
Não, obrigada... Estou dirigindo.
Ele sorriu para mim e perguntou meu pedido, saindo logo depois com tudo anotado.
Ele falava baixo. Parecia ser muito educado. Tinha classe como todos os outros que trabalhavam no local.
Enquanto esperava meu pedido chegar, observava tudo ao meu redor.
Famílias, casais, amigos...
E eu. Sozinha, fria, triste.
Eu tinha tudo.
E tinha nada.
E tinha nada.
Com meus quase trinta anos, eu era elegante, bem sucedida, tinha meu próprio carro, meu apartamento, meu emprego, minha família que tanto amava, meus poucos amigos...
Mas algo faltava em mim.
Sentia falta do meu calor.
Sentia falta da minha cor.
Sentia falta dele e do sentimento que eu tinha por ele.
Sentia falta de como eu era e da minha leveza.
Sentia falta de viver.
Ele tinha ido embora, e com a partida dele, descobri que mais doía quem ia embora por vontade própria, do que quem a vida levava embora.
E ele tinha ido e levado consigo, minha alegria.
Nós tínhamos acabado.
E eu nunca ia me esquecer de como ele me fazia feliz, de como eu sorria com ele e de como eu confiava nele.
Nunca ia me esquecer da voz dele, do sorriso dele e das promessas que fizemos um para o outro.
Eu nunca ia me esquecer da cor dos olhos dele me olhando, do cheiro dele, do abraço dele e de como ele tinha sido importante para mim.
Mas isso era passado, e eu precisava encontrar uma outra cor para minha vida.
Eu precisava de calor para viver.
Precisava de um objetivo de vida, de algo que realmente me fizesse viver.
Oi meu amor.
Ele tinha chegado, me dado um beijo delicado na testa e se sentado na outra cadeira da minha mesa.
Ele era meu outro escolhido, meu amigo, meu companheiro...
Só não era ainda, a minha vida.
Pelo jeito, ninguém mais seria.
Eu não era mais a menina que eu era e não tinha mais os sentimentos de antes.
Eu ainda era fria e vazia por dentro.
3 comentários:
Nossa!
Lindo meu amor! Quando você esta animada a escrita fica fluente!^^
Temos sempre que encontrar nossa cor, nossa alegria de viver, nosso sentido!
o meu é você..*-*
Te amo.
Posta mais amor!
Não tenho muito a dizer..
Apenas parabenizá-la por mais um belo texto.
Continue postanto.. SEMPRE!
beijo! sz'
Maaa!
Não sabia que, além de ótima desenhista, vc também escreve super bem!
Parabéns!
Adorei seus textos e vou voltar sempre aqui, tá?
Manda recado pra mim sempre quando atualizar o blog.
Beijão :*
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