Bis vincit qui se vincit.

Quem se vence, vence o mundo.

"Porque eu sou uma garota louca, todo mundo sempre pensa automaticamente que eu sou má. Ou que eu carrego um segredo negro comigo ou que eu sou obsessiva com a morte. A verdade é que eu sou provavelmente a pessoa menos mórbida que alguém pode conhecer. Se eu penso mais sobre a morte que outras pessoas, é porque provavelmente eu adoro a vida mais que elas". (Angelina Jolie)

No começo eu não tinha entendido.

Como assim ela tinha morrido? Ela era tão nova, tão sã, tão pura...

Eu achei que eu tivesse a vida inteira para ir atrás dela.

E agora o mundo não pode mais contar com o coração dela batendo?

Ela não tem mais luz?

Não tem mais calor?

Não tem mais cor?

Nunca mais vou ver os cabelos volumosos e sedosos dela caindo por cima do ombro tão delicadamente?

Nunca mais vou ver os olhos dela me olhando tão de perto?

Nunca mais vou sentir o corpo dela tocando o meu num abraço quente e aconchegante?

Nunca mais vou ouvir a voz dela? Não vou mais ouvi-la dizer meu nome, me dizer boa noite, ou boa sorte? Nunca mais ouvirei o que ela me dizia sempre "Fica com Deus e com o anjinho da guarda"?

Nunca mais verei o sorriso dela?

Sorriso de nervoso, de vergonha, de felicidade?

Nunca mais ouvirei a gargalhada que ela soltava tão espontaneamente?

Nunca mais?

Não poderei mais sentir a mão dela me fazendo carinho sem pedir nada em troca?

Não poderei mais sentir o cheirinho dela, o perfume da pele, dos cabelos, da roupa limpa?

Não poderei mais vê-la dormir?

Não poderei mais ver as molecagens dela que me faziam rir?

Nem poderei mais ver as atitudes dela tão de mulher?

Como seguir sem poder ligar para ela e dizer simplesmente que estou com saudade... Que estou pensando nela?

Por que não liguei antes?

Como seguir sem o apoio dela? Sem lembrar dela? Sem poder dividir tudo com ela?

Como seguir sem ela?

Quanto ela valia para mim?

Quanto a felicidade dela valia?

Quanto o sorriso dela valia?

Como seguir agora?

Eu sobreviverei, eu sei...

Mas como continuar vivendo sabendo que eu a matei dentro de mim?

Que saudade vou sentir dela!

Da atenção dela, e da falta de atenção quando alguém a chamava...

Que saudade das voltinhas, das viagens, dos filmes, de toda a felicidade que ela arranja para uma noite.

Que saudade do quanto ela lutou por mim.

Que saudade de como ela era.

E agora eu não tenho mais nada.

Ela se foi, e eu não abracei o quanto deveria... O mundo a tirou de mim.

Eu a perdi. E eu permiti.