Chegamos rindo. A noite tinha sido muito boa... E fria!
- Entra... Está com sede? Não tenho muita coisa aqui... Amanhã já estou voltando para a nossa cidade mesmo, então só estou com água e refrigerante.
Ele já foi abrindo a geladeira e me oferecendo... Fui entrando, coloquei minha bolsa em cima da mesa e me sentei no sofá dele, ligando a televisão pelo controle... Aquela casa era mais minha que dele.
- Pode ser um copo de refri mesmo...
Ele pegou, me deu o copo e tirou a camiseta, indo para o banheiro.
Ele pegou, me deu o copo e tirou a camiseta, indo para o banheiro.
Eu nem o olhava mais... Já era tão normal. Ele era bonito, mas era como um irmão para mim.
- O que vai fazer?
- Só vou jogar uma água no corpo...
- Ahn... Eu preciso dar uma limpada aqui pra você, te ajudar a arrumar suas roupas...
Estava tudo jogado. Por que ele teimava em deixar a casa dele daquele jeito?
- Ah, não precisa minha linda... Deixei assim porque amanhã vou embora mesmo, finalmente férias...
Realmente... Era bom ficar de férias e poder voltar para a nossa cidade.
Éramos amigos de anos... Muitos. Éramos uma dupla e éramos um, ao mesmo tempo.
- Não vem aqui não. Vou tomar banho de porta aberta para a gente ir conversando...
- Você vai morrer de frio!
- É... Tá frio mesmo, mas pelo menos não te deixo aí sozinha... Vamos conversando.
Eu o amava! Ele era tão fofo algumas vezes... Mesmo nos detalhes.
Depois de conversarmos os cinco minutos que duraram a ducha dele, ele chegou com uma calça jeans bem desgastada, blusa larguinha azul marinho de manga comprida e aquela cueca branca aparecendo... Cabelos castanhos molhados e bagunçados e aquele sorriso lindo e branquinho que eu amava.
- Aii, nada como uma ducha!
E foi se encostando em mim para que eu desse um espaço do sofá para ele. O que eu fiz, quase que automaticamente.
- Eu também quero ir para tomar um banho e me esquentar...
- Ah não... Fica aqui. Depois eu te levo e volto para cá.
Morávamos a poucos quarteirões um do outro... E perto de nossa faculdade.
- Que isso! Eu vou sozinha.
- Até parece que eu vou deixar.
E sorriu para mim. Eu sorri de volta. Não tinha muito o que dizer... Eu sabia mesmo que ele não me deixaria ir embora sozinha.
Ele se levantou, pegou um edredon para mim e praticamente me embrulhou nele.
Eu estava com as pernas cruzadas, e depois de me cobrir, ele se sentou, colocando o braço pra cima, para que eu me encostasse nele... A gente sempre ficava assim, e era uma delícia.
Eu estava com as pernas cruzadas, e depois de me cobrir, ele se sentou, colocando o braço pra cima, para que eu me encostasse nele... A gente sempre ficava assim, e era uma delícia.
- Pronto, agora você fica quentinha.
O sorriso dele era tudo. Não tinha como não sorrir também quando ele fazia isso primeiro.
- Mas então... Acha que a Isabela tá me dando moral?
Isso me irritava. Quem é que não dava moral para ele? Meu humor tinha acabado de mudar e eu tinha certeza que logo ele repararia.
- Acho...
- Iiiih, o que foi?
- Nada ué. Acho que ela tá te dando moral sim, e acho que você fica com ela assim, num piscar de olhos.
Eu disse estralando os dedos.
Eu disse estralando os dedos.
- Ah, não é assim... Eu até que acho a Isa bem bonita, mas não é assim também.
- Não é assim o quê?
- Que funcionam as coisas... Eu preciso saber se ela está afim... Se ela quer mesmo alguma coisa, ou se é só o jeito dela em ser toda carinhosa... E eu também sou seletivo, você sabe.
E piscou para mim.
- É o jeito dela em ser toda dada. Ela tá se jogando Rafa.
- É impressão minha ou você tá com ciúme?
- Ciúme de quem?
- Espero que de mim... Se você falar que é da Isa, posso achar estranho...
- É Isabela. E não, não tô com ciúme. Nem de um, nem de outro.
Para minha surpresa, ele não rebateu e ficou me olhando, sorrindo.
- O quê?
- Não... Nada.
Suspirei.
- Fala Rafael...
- Não... É que, por um momento, eu fantasiei você...
Eu só podia não estar ouvindo bem.
- Como é que é?
- É... Eu meio que fantasiei você ficando com ciúme de mim, sei lá... Foi meio bobo.
Eu não tinha achado... Mas eu o conhecia e sabia que ele não ia me explicar.
Se não fosse pelo som da televisão, tudo teria ficado muito quieto.
Eu fiquei confusa porque a gente nunca ficava sem graça um com o outro... O que estava acontecendo?
Passou um minuto? Parecia uma hora... Eu só tentei quebrar o gelo.
- Você é meu irmãozinho, eu sempre tenho ciúme de você.
Ele me olhou e deu um sorrisinho meio sem graça.
- O que foi, Rafa?
Agora sim ele tinha me dado um sorrido de verdade.
- Nada... Você está certa. Irmãos...
- Ih, pode parar... Tem coisa aí... Pode falar.
Eu sabia que algo tinha acontecido... Já fui me desencostando e cobrando dele, porque eu sabia que se não fosse assim, eu não teria uma resposta.
- Não... É que... Tá bom, é o seguinte...
Ele se virou de frente pra mim, para me olhar nos olhos.
- Hum?
Eu esperava atenta.
- Sabe aquela hora que o Marcelo me puxou de canto e a gente ficou conversando?
Fui reconstituindo a cena da nossa noite na chopperia.
- Sei...
- Então, ele veio me falar de você... De como você estava linda, e de como eu era sortudo por estar quase sempre com você, já que a gente era tão amigo...
O Marcelo era um amigo em comum, eu nunca imaginaria... Eu devia estar com uma expressão de surpresa e confusão ao mesmo tempo porque o Rafael foi aumentando a velocidade e a intensidade enquanto me contava a conversa que os dois tiveram.
- Ele encheu sua bola... Disse que você é um mulherão, mas que a gente acabava nem comentando essas coisas porque éramos todos amigos e tal... E aí ele foi falando e eu fui ficando puto, porque... Sei lá porque, entendeu?
- Mais ou menos, na verdade...
Era muita informação para mim. E ele continuou...
- É que, eu sei que a gente é como irmão, e eu nunca olhei mesmo pra você com outros olhos, até hoje, por causa das coisas que ele falou... E o meu ciúme, não foi um ciúme de amigo, ou de irmão, sabe? Foi ciúme de tipo, pera aí cara, ela é minha... Mas eu sei que você não é minha, não precisa fazer essa cara...
Eu nem tinha reparado na cara que eu estava fazendo até ele falar isso.
- É que, sei lá... Independente da amizade, eu sou homem... E você mulher. Uma linda mulher, por sinal... E eu fiquei enciu...
Eu comecei a sorrir...
- Que foi?
- Quê? Nada... É que, nossa, é muita coisa pra eu absorver.
Ele se acalmou e respirou sorrindo, voltando a se encostar no sofá.
- Desculpa... É mesmo.
- O Marcelo então...?
Perguntei sorrindo.
- Pois é... Pra você ver.
- Ah, ele é gatinho, acho que dá pra gente fazer um bom negócio.
Ele me olhou pasmo colocando a mão na testa, sem acreditar no que eu tinha acabado de falar.
- Puuuuutz... Sério?
Eu caí na gargalhada.
- Relaxa Rafa, é brincadeira... Nada a ver a gente.
Ele sorriu aliviado, me abraçando.
- É por isso que você é minha...
O silêncio voltou e eu olhei direto para ele, ainda abraçados.
Ele reparou... E tentou consertar.
- Preferida... Minha preferida.
Eu só sorri. Ele pegou meu rosto e me deu um beijo na testa.
Ficamos lá parados, só curtindo... Meu coração acelerou um pouco.
Ele desceu o rosto, na mesma medida em que eu subi o meu.
Nos beijamos. Eu ainda de pernas cruzadas, enrolada na coberta e encostada nele... Agora quentinha.
Ele com uma mão no meu rosto e um braço envolta de mim, me abraçando.
Estava aconchegante.
O beijo foi quente, parecia que ele queria fazer isso há muito tempo.
O que me surpreendeu foi a minha vontade, até então, desconhecida...
Quando paramos, ele continuou fazendo carinho no meu rosto e pescoço, com a testa apoiada na minha, me olhando nos olhos e sorrindo.
Eu sorri de volta e fui logo adiantando..
- Pode esquecer Isabela.
Ele gargalhou alto me dando outro beijo.
- Com certeza, a minha preferida... E minha!
Eu não fui embora aquela noite...
Eu só podia não estar ouvindo bem.
- Como é que é?
- É... Eu meio que fantasiei você ficando com ciúme de mim, sei lá... Foi meio bobo.
Eu não tinha achado... Mas eu o conhecia e sabia que ele não ia me explicar.
Se não fosse pelo som da televisão, tudo teria ficado muito quieto.
Eu fiquei confusa porque a gente nunca ficava sem graça um com o outro... O que estava acontecendo?
Passou um minuto? Parecia uma hora... Eu só tentei quebrar o gelo.
- Você é meu irmãozinho, eu sempre tenho ciúme de você.
Ele me olhou e deu um sorrisinho meio sem graça.
- O que foi, Rafa?
Agora sim ele tinha me dado um sorrido de verdade.
- Nada... Você está certa. Irmãos...
- Ih, pode parar... Tem coisa aí... Pode falar.
Eu sabia que algo tinha acontecido... Já fui me desencostando e cobrando dele, porque eu sabia que se não fosse assim, eu não teria uma resposta.
- Não... É que... Tá bom, é o seguinte...
Ele se virou de frente pra mim, para me olhar nos olhos.
- Hum?
Eu esperava atenta.
- Sabe aquela hora que o Marcelo me puxou de canto e a gente ficou conversando?
Fui reconstituindo a cena da nossa noite na chopperia.
- Sei...
- Então, ele veio me falar de você... De como você estava linda, e de como eu era sortudo por estar quase sempre com você, já que a gente era tão amigo...
O Marcelo era um amigo em comum, eu nunca imaginaria... Eu devia estar com uma expressão de surpresa e confusão ao mesmo tempo porque o Rafael foi aumentando a velocidade e a intensidade enquanto me contava a conversa que os dois tiveram.
- Ele encheu sua bola... Disse que você é um mulherão, mas que a gente acabava nem comentando essas coisas porque éramos todos amigos e tal... E aí ele foi falando e eu fui ficando puto, porque... Sei lá porque, entendeu?
- Mais ou menos, na verdade...
Era muita informação para mim. E ele continuou...
- É que, eu sei que a gente é como irmão, e eu nunca olhei mesmo pra você com outros olhos, até hoje, por causa das coisas que ele falou... E o meu ciúme, não foi um ciúme de amigo, ou de irmão, sabe? Foi ciúme de tipo, pera aí cara, ela é minha... Mas eu sei que você não é minha, não precisa fazer essa cara...
Eu nem tinha reparado na cara que eu estava fazendo até ele falar isso.
- É que, sei lá... Independente da amizade, eu sou homem... E você mulher. Uma linda mulher, por sinal... E eu fiquei enciu...
Eu comecei a sorrir...
- Que foi?
- Quê? Nada... É que, nossa, é muita coisa pra eu absorver.
Ele se acalmou e respirou sorrindo, voltando a se encostar no sofá.
- Desculpa... É mesmo.
- O Marcelo então...?
Perguntei sorrindo.
- Pois é... Pra você ver.
- Ah, ele é gatinho, acho que dá pra gente fazer um bom negócio.
Ele me olhou pasmo colocando a mão na testa, sem acreditar no que eu tinha acabado de falar.
- Puuuuutz... Sério?
Eu caí na gargalhada.
- Relaxa Rafa, é brincadeira... Nada a ver a gente.
Ele sorriu aliviado, me abraçando.
- É por isso que você é minha...
O silêncio voltou e eu olhei direto para ele, ainda abraçados.
Ele reparou... E tentou consertar.
- Preferida... Minha preferida.
Eu só sorri. Ele pegou meu rosto e me deu um beijo na testa.
Ficamos lá parados, só curtindo... Meu coração acelerou um pouco.
Ele desceu o rosto, na mesma medida em que eu subi o meu.
Nos beijamos. Eu ainda de pernas cruzadas, enrolada na coberta e encostada nele... Agora quentinha.
Ele com uma mão no meu rosto e um braço envolta de mim, me abraçando.
Estava aconchegante.
O beijo foi quente, parecia que ele queria fazer isso há muito tempo.
O que me surpreendeu foi a minha vontade, até então, desconhecida...
Quando paramos, ele continuou fazendo carinho no meu rosto e pescoço, com a testa apoiada na minha, me olhando nos olhos e sorrindo.
Eu sorri de volta e fui logo adiantando..
- Pode esquecer Isabela.
Ele gargalhou alto me dando outro beijo.
- Com certeza, a minha preferida... E minha!
Eu não fui embora aquela noite...
8 comentários:
oooooooooooooooooooooown, eu também quero um desse :(
de onde você tirou isso irmão? adorei..
Marina, que texto mais tocante. parecia estar vivendo aquele momento enquanto eu lia. é contagiante..não contente em ler esse texto, acabei por ler uns 3 alem desse..hehe..
realmente muito bom o que voce escreve..daqui em diante sempre vou passar por aqui pra ver se tem coisa nova...beijinhoss
Romance com melhor amigo... já vi isso antes! =P
profundo amore.. profundo e de profundo bom gosto e sensibilidade.. digno de vc... parabéns
Que lindooo! eu me senti dentro da situação, ainda mais que o personagem é o rafa...rs... ai ai... como é ruim um amor irmão né? falta coragem para assumir um sentimento! Lindo texto, parabens marida :) ass Fran :)
Que lance sensível e bonito. Muito bacana.
Anderson.
Gostei da virada na trama, rs rs.. o/
Tiago
Muito bem escrito...me envolveu...me fez ver a cena acontecer...me fez querer estar na cena...Parabénss!
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